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Os dons de cada um

Jo 20,19-23

Autoras: Cecília Pellegrini e Vera Pastrello

Cenário: Pátio externo de um abrigo e uma placa “Aldeia dos Talentos”.

Personagens: Teca (repórter), Cameron (cameraman), Maquilina (maquiadora), costureira, faxineiro, bailarina, ginasta, pintora e malabarista.

Obs: na câmera de filmagem colocar uma lanterna que quando o cameraman estiver filmando ele ligará a lanterna.

[Música. A repórter e o cameraman entram pelo corredor central, já no meio do corredor a repórter pára e começa a falar olhando para a câmera.]

REPORTER: - Como já tínhamos anunciado aos nossos telespectadores, estamos avistando o lugarejo chamado Aldeia dos Talentos. Nossos enviados disseram que neste lugar todas as pessoas possuem dons especiais.

[Dá mais alguns passos]: - Cameron filma o vilarejo, as pessoas. [O cameraman filma toda a plateia, virando de um lado para o outro. Logo em seguida volta a filmar a repórter]: - Bem, vamos nos aproximar. Será que aqui tem festa todos os dias? Acho que meu lugar é aqui, pois sou uma pessoa especial também.

[Caminham em direção ao palco. No lado direito terá uma pessoa sentada costurando e no lado esquerdo uma pessoa varrendo o chão.]

REPORTER: - Veja Cameron, chegamos na Aldeia dos Talentos, mas que esquisito não tem ninguém para nos receber?

CAMERA: - Veja lá Reporteca, tem aquele faxineiro e aquela mulher...

REPORTER: - Eu já te disse que meu nome não é Reporteca, é Teca, repórter Teca, entendeu?

CAMERA: - Sim, Reporteca, quero dizer repórter Teca, ali tem um faxineiro.

REPORTER: - Me poupe Cameron, me poupe. Você acha que vim até aqui para encontrar um faxineiro? Se aqui é a aldeia dos talentos, eu quero ta-len-tos, entendeu bem, ta-len-tos e não um mané faxineiro [o faxineiro escuta tudo, olha os visitantes e fica cabisbaixo.]

CAMERA: - Tá, tá, mas fale baixo, ele pode ouvir.

REPORTER: - Que ouça, que ouça. Quem pode, pode e quem não pode se sacode.

CAMERA: - Mas vamos perguntar a ele onde estão as pessoas da aldeia.

REPORTER: - Depois, depois, primeiro eu vou retocar a minha maquiagem [grita] Maquilinaaaa, ela se atrasou de novo! [Entra a Maquilina carregando uma mochila grande.}

REPORTER: - Capriche no batom para realçar a minha boca perfeita.

MAQUIADORA: - Sim, senhora [começa a maquiar.]

REPORTER: - Já chega. Você ganha dinheiro na moleza, né queridinha, porque com esse rostinho de boneca aqui você não precisa fazer quase nada, não é mesmo?

MAQUIADORA: - É sim, senhora.

REPORTER: - Senhorita, senhorita. Cameron, pare de admirar este lugar, vamos, vamos, ao trabalho.

CAMERA: - Que diferença da cidade grande, aqui é tudo tão calmo, tão simples [ele liga a câmera.]

REPORTER: - Estamos aqui, na Aldeia dos Talentos, um lugar magnífico, distante 230 km da cidade, onde moram pessoas talentosíssimas. Corta, corta. Acho que o meu entusiasmo não está lá grande coisa. Também pudera, não tem ninguém aqui nesse fim de mundo.

CAMERAMAN: - Como não tem ninguém, veja só aquelas pessoas trabalhando ali.

REPORTER: - Não era isso que eu pensava encontrar, mas vamos lá, né [dirige-se àquela que está costurando]: - Bom dia, somos da TV e viemos aqui porque nossos informantes disseram que aqui só vive pessoas possuidoras de dons especiais.

COSTUREIRA: - Seus informantes estavam certos, todos aqui possuem dons especiais.

REPORTER [dirigindo-se ao cameraman]: - Como, se até agora só vimos faxineiro, costureira?

CAMERAMAN: - Calma, Reporteca.

REPÓRTER: - Teca, Cameron, repórter Teca.

COSTUREIRA: - Ser costureira, faxineiro, ou qualquer outra profissão é utilizar os dons especiais recebidos. Aqui cada um usa seu dom especial para trabalhar, um ajuda o outro, assim nada falta na aldeia.

REPORTER: - Não estou entendendo nada. Pelo visto isso aqui é uma aldeia como qualquer outra.

COSTUREIRA: - Sim, é um lugar como outro qualquer, com a diferença que agradecemos pelos dons recebidos e logo que terminamos as tarefas do dia nos reunimos aqui e então...

[Música triunfante. Enquanto entram as pessoas pelo corredor central: fazendo gestos característicos: bailarina, ginasta, pintora, malabarista, a costureira sai de cena e retorna já sem o avental, com um violão. A repórter faz gestos para o cameraman filmar tudo. Eles desfilam até o palco.]

BAILARINA, GINASTA, PINTORA, MALABARISTA: - Bom dia, sejam bem-vindos! REPORTER, CAMERA, MAQUIADORA: - Bom dia!

REPORTER: - Ufa, até que enfim! Pensei que nesta aldeia não morasse mais ninguém. Eu gostaria de fazer uma reportagem para o incrível programa de variedades Fatos e Boatos, da Rede Povo, que, aliás, eu sou a mais bem paga, a mais talentosa, a mais...

EX-COSTUREIRA: - Sim, sim, mas...

REPORTER: - Ué, você não é a costureira?

EX-COSTUREIRA: - Sim, este é um dos meus talentos, mas também sou música e cantora.

REPORTER: - Hum! Chame logo um dos responsáveis sim!

EX-COSTUREIRA: - Vou chamar nosso grande Mestre.

CAMERA [sussurrando]: - Reporteeeeeca, aqui tem um grande Mestre!

MAQUIADORA: - Lógico! Num lugar como esse tem que ter um grande Mestre!

REPORTER: - Eu estou cansada de dizer que é repórter Teca, Teca. Mas, deixa pra lá. Vamos, vamos até esse grande Mestre pedir logo essa autorização. Meu tempo é precioso.

MORADORES DO LUGAR [chamam]: - Mestre, mestre!

[O faxineiro larga a vassoura e o saco de lixo e vem até eles.]

GINASTA: - Querido Mestre, estes visitantes querem fazer uma reportagem sobre os nossos talentos e gostaríamos de perguntar o que o senhor acha disso?

FAXINEIRO: - Mas é claro que vocês podem participar da reportagem. Cada vez que vocês falam sobre os talentos que têm, estarão sempre reforçando o amor e a paz em que vivem.

REPORTER [fala baixo]: - Cameron, Cameron, o faxineiro é o grande mestre. Não acredito [espantada.]

MIQUELINA [retocando a maquiagem da repórter]: É, parece que as aparências enganam mesmo!

CAMERA: - Vamos começar?

REPORTER: - Espera um pouco. Geeennnnte, aquele ali é o Grande Mestre? Um faxineiro? Vocês com esses dons maravilhosos, lindos, que técnica, que performance. Filmando Cameron, filme tudo: você querida, faça aquele “pliê, demilonguê” [um rápido som de música clássica e a bailarina dança]. Você fofinha, dê aquela estrela perfeita [rufam os tambores e a ginasta faz uma estrela]. Você, gracinha, cante com essa sua voz maravilhosa [canta-se o refrão de uma música conhecida]. Você, malabarista, faça uma performance [música e execução de malabares]. E agora vamos dar um close nessa pintura incrível! Maravilha, Maravilha. Isso sim é que são dons!

CAMERA: - Reporteca quero dizer repórter Teca, agora é só editarmos com as imagens que filmei do local e ficará uma matéria excelente. Pena que depois teremos de ir embora.

MAQUIADORA: - Mas já? Se eu pudesse eu ficaria aqui para sempre!

REPORTER: - Não acredito Maquilina. Se bem que eles são pessoas inteligentes, mas eu não entendo como podem ter um líder assim, tão, tão...

MORADORES DO LUGAR: - Amigo!

GINASTA: - Tão capaz,

COSTUREIRA/CANTORA: - Tão generoso,

MALABARISTA: - Tão simples!

REPORTER: - Vocês ouviram, é?

BAILARINA: - Ouvimos e queremos dizer que você está totalmente enganada. Foi o nosso Mestre quem nos ajudou a desenvolver nossos dons.

CAMERA : - A dançar, pintar, tocar?

[A pintora pega o faxineiro pela mão e vão até o centro.]

GINASTA: - Isso mesmo, ele nos ensinou que através do amor, do entendimento, da sabedoria e da simplicidade, nós podemos despertar os dons que estão dentro de nós.

COSTUREIRA/CANTORA: - E nós somos muito gratos pelos dons que recebemos na nossa vida.

PINTORA: - E assim trabalharmos para levar paz e alegria às pessoas que estão ao nosso redor.

FAXINEIRO: - Filha, [pegando na mão da repórter] devemos ser humildes e agradecer pelos dons recebidos. Veja só você, com o dom da palavra, pode levar mensagens de bondade e fraternidade às pessoas de diversos lugares.

REPORTER: - O senhor acha, é?

MAQUIADORA: - E eu, Mestre, o senhor acha que eu tenho algum dom?

CAMERA: - E eu ?

TODOS DA ALDEIA: - Todos nós temos dons.

FAXINEIRO: - Existe uma energia dentro de nós que, se nós quisermos, ela faz florescer todos os dons recebidos.

GINASTA: - Dons que são sinais de Deus, não é Mestre?

FAXINEIRO: - Isso mesmo. E vocês [olhando para a plateia], estão deixando brotar os dons que receberam?

BAILARINA e COSTUREIRA: - O dom de ajudar, de perdoar.

PINTORA e GINASTA: - o dom de escrever, de ouvir as pessoas.

MESTRE: - E o principal de todos os dons que recebemos.

TODOS: - O dom de amar.

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