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O Templo do Exemplo

Atualizado: 25 de mar. de 2022

Jo 2, 13-25

Autora: Cecília Pellegrini - Colaboração: Vera Pastrello

No fundo do mar havia o Templo do Exemplo, um local sagrado para os seres marinhos. Havia um lindo altar de pedras e no centro a imagem da deusa Estrela do Mar.

Um Polvo administrava esse local e ele tinha duas assistentes-peixes.

Uma delas, a Popy, entrou cumprimentando os fiéis que já estavam sentados aguardando: - Bom dia a todos os seres marinhos aqui presentes! Que alegria, nossa festa no Templo do Exemplo começa hoje. E para fazer a abertura eu chamo o grande, o magnânimo, o poderoso... Chefe Polvo Pandolfo Pedroso! Uma salva de barbatanas... Quero dizer, de palmas!

Após sua entrada triunfal, o Polvo iniciou o seu discurso: - Obrigado, obrigado, obrigado!

Após tossir várias vezes para limpar a garganta, ele continuou: - Queridos fiéis do Fundo do Mar, eu, o grande Chefe Polvo Pandolfo Pedroso, com imensa alegria, faço a abertura da grande festa, no Templo do Exemplo! Foram anos e anos construindo esse magnífico local, em louvor à nossa Mãe, a deusa Estrela do Mar.

Ele mostrou a imagem da estrela no centro do altar e continuou, com eloquência: - Essa é a nossa querida mãe, que saiu das águas e hoje vive e reina no céu... Viva a nossa deusa Estrela!

Todos os fiéis alegres reverenciaram a imagem: Viva!

Enquanto o Polvo fazia o seu discurso, a Pink, sua outra assistente, o ficou cutucando, para poder falar, pois ele emendava uma palavra com outra, sem respirar. Ela dizia: - Senhor, Senhor...

Ele a repelia e falava ainda mais alto: - Nesta semana de festa teremos muitas atrações. E vocês sabem, tudo isso custa muito dinheiro.

Desta vez Pink cutucou bem forte.

O Polvo Pandolfo deu uma risadinha sem graça para os fiéis: - Ah, um minutinho...

Depois, muito bravo falou baixo com a assistente: - Diga logo, o que você quer Pink?

Ela falou no ouvido dele para ninguém ouvir: - Sr. Polvo Pandolfo, conforme o senhor pediu, as barraquinhas já foram montadas para as vendas aqui no Templo.

- E cadê as amostras das mercadorias para eu fazer a propaganda? Perguntou bravo.

- Aqui estão! Ela mostrou a cesta e foi pegando as mercadorias e dando ao Polvo à medida que ele discursava.

Apressado ele retornou ao falatório: - Tá, tá, tá.

Olhou antes para a outra assistente e disse: - Faça muitos gestos para enfatizar a minha apresentação, heim?

Sim senhor, respondeu a funcionária, demonstrando que estava sendo obrigada a compactuar de tudo aquilo.

Depois, ele tossiu para limpar a garganta e falou como um garoto-propaganda: - Então, meus caros queridos, ainda falta enfeitar todo o Templo de ouro e pedras preciosas, por isso venderemos alguns itens como essas algas, banhadas nas águas sagradas e custam apenas 1.000 conchas de prata.

A peixinha Popy ficou indignada e foi até o chefe para lhe falar ao ouvido: - Mas Sr. Polvo, essas algas não foram banhadas em nenhuma água sagrada e são doações para ajudar a comunidade carente das tartarugas marinhas!

Ele ficou muito bravo com a petulância da funcionária: - Com quem você pensa que está falando? Eu sou o Chefe desse Templo e faço o que quiser. E quem sabe fazer negócio aqui sou eu! Temos de ter lucro, entendeu? Lucro! Volte para o seu lugar!

Popy voltou para o lugar de cabeça baixa e passou a fazer menos gestos e só fez quando o polvo olhou bravo para ela.

A Peixe Pink deu um frasco ao Polvo e ele fez outra propaganda: - Temos também as gotas purificadoras...

Nesse momento ele olhou para a Popy, que estava sem fazer gesto e aí ela fez gestos exagerados, apontando para o frasco.

Depois ele retomou o discurso: - Por 15.000 conchas de ouro vocês levam 1 frasco e ajudam nossa obra. E temos muitos outros produtos que vocês poderão comprar nas barraquinhas que estão montadas na entrada do Templo do Exemplo.

Elis, uma estrela do mar entrou indignada e brava: - Mas que comércio é esse aqui no Templo Sagrado?

Todos os presentes a reverenciaram: - Estrela Elis!

Popy correu feliz até a Pink e falou baixinho: - Pink, a nossa mãe, deusa Estrela do Mar enviou sua própria filha Elis para viver conosco, e ela está aqui no Templo, não acredito!

Pink conhecia muito bem a história: - Sim Popy, ela já ajudou tantos seres marinhos! E agora ela está aqui... Diante de nós! Que emoção, que alegria!

Elis falou: - O templo está parecendo um mercado! Vende-se de tudo aqui!

Muito sem graça o Polvo quis se justificar: - É que, que...

A Estrela levantou uma alga da cesta e falou: - Até as doações aos animais marinhos carentes estão sendo vendidas...

Popy apontou o Polvo e contou as falcatruas: - E ainda engana os fiéis dizendo que são algas sagradas...

Pandolfo mais sem graça ainda tentou se desvencilhar da acusação: - Imagiiiiina, Eu não!

- O senhor sim. As assistentes afirmaram.

Elis revelou: - Conheço cada um pelo nome e sei tudo o que vai em seu coração.

O Polvo ficou preocupado e pensou: - Estou em polvorosa! Ela tudo sabe, tudo vê!

Depois criou coragem e tentou persuadir: - Elis, mas veja como o Templo para adorar a sua mãe está cada dia mais lindo! Cada pedra desse Templo será revestida de ouro e joias preciosas!

Mas ela fez uma comparação: - Do que adianta ter um Templo luxuoso se o coração está vazio?

Ele não aceitou a comparação: - Coração vazio? Como assim? O meu está bem cheio!

- Eu sei do que o coração dele está cheio. Falou Popy.

E Pink, curiosa, quis saber: - Do que Popy?

- De ganância, de egoísmo, não é Estrela Elis?

- Sim Popy. Respondeu Elis.

Sem entender o Polvo perguntou: - Mas o que o meu coração tem a ver com isso?

As assistentes ficaram admiradas, pois um ser que se dizia tão poderoso e inteligente não sabia o básico: - Ohhhh, ele não sabe!

Mas, com muito carinho Elis explicou: - Sr. Polvo Pandolfo, o seu coração também é um templo!

Ele ficou confuso e até quis zombar: - Pera lá, desculpe a sinceridade, mas acho que a Estrela Elis não está bem hoje. Onde já se viu dizer que meu coração é um templo? Não dá para enfeitar o coração com ouro e pedras preciosas...

Ela ensinou:- Mas dá para enfeitar com o amor,

E Popy e Pink concluíram: - Com a verdade e com a partilha.

Elis ficou muito feliz com a sabedoria das duas: - Mas que peixinhas mais inteligentes. Quando nosso coração se enche de amor, de bondade e de respeito, ele se esvazia do egoísmo, da inveja, da raiva e da desobediência. Pandolfo perguntou interessado: - Sério? É assim mesmo Estrela Elis?

Ela respondeu afirmativamente: - Sim é desse jeito mesmo Sr. Polvo.

Ele ficou pensativo e depois disse: - Poxa, eu estou tão envergonhado. Eu, eu quero mudar. Eu quero limpar meu coração. Eu quero que ele seja um templo cheio de coisas boas.

Pink e Popy ficaram muito contentes com a mudança de pensamento do Chefe: - Viva!

Queridas(os) que estão lendo essa historinha, a Estrela do Mar Elis encerra com uma rica mensagem: - Crianças, nós, somos o templo do Senhor! Por isso vamos cuidar bem do nosso corpo e do nosso coração, para que Jesus esteja sempre juntinho de nós.

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