Mãe Natureza
- pelegrincecilia
- 18 de jun. de 2022
- 5 min de leitura
Atualizado: 13 de ago. de 2022
Jo 9,1-41
Campanha da fraternidade 2004: Água, fonte da vida.
Autoras: Vera Pastrello e Cecília Pellegrini
A Mãe Natureza estava andando de um lado para o outro muito preocupada, quando o burro entrou andando despreocupadamente e falou: - Bom dia, Mãe Natureza, sabe aquele bosque no alto da colina?
Como ela não percebeu a entrada do animal, ele gritou: - Mãe Natureza, Mãe Natureeeeza!
Ela perguntou: - Oi, meu filho, por que você está gritando desse jeito?
- Olha Mãe Natureza, estou aqui a falar, falar, falar e você nem presta atenção em mim. Tá certo que sou um burro, mas não precisa exagerar também, né?
A mãe falou acariciando-o: - Não desdenhe de você, burro, pois todos os meus filhos são importantes para mim. Cada um tem uma função a desempenhar.
Ele ficou curioso: - Mas então por que você estava tão distante a ponto de nem notar a minha presença?
- É que estou muito preocupada.
- Mas preocupada com o quê? A vida está tão boa, você cuida de tudo. Temos as plantas, as flores, o sol, água para beber, comida para comer...
- É essa a minha preocupação.
Magoado, ele questionou: - Você acha que eu como muito é?
Ela respondeu: - Come, mas isso é uma outra conversa. No momento estou muito preocupada com a água.
Ele pensou: - O que será que aconteceu com a água? Desaparecer ela não desapareceu, porque eu acabei de encontrá-la no riacho onde ela me deu umas gotinhas para matar a minha sede. Bem... na verdade não foram umas gotinhas foi um monnnntãoooo de gotinhas.
Seus pensamentos foram interrompidos por causa de um golfinho que chegou correndo.
O burro então foi logo perguntando: - Oi, golfinho, como você consegue sair assim fora da água e não morrer?
Sorrindo o Golfinho explicou: - Tcham, tcham, tcham, tcham. Veja aqui, ó [ele deu 3 pancadinhas na própria cabeça]. A Mãe Natureza me deu esse capacete invisível cheio de água, só para eu vir conversar com ela.
Muito admirado o burro exclamou enquanto dava três toquinhos na testa do golfinho para conferir se era verídica a história do capacete: - Essa Mãe Natureza faz cada maravilha! Ela tá ali, ó, mas cuidado que hoje ela está nervosa...
Ele nem percebeu que a mãe estava atrás dele e perguntou: - Você falou alguma coisa, seu burro?
- Nada de nadinha, só umas coisinhas, bem pequenininhas.
Depois a Mãe se dirigiu ao golfinho: - Oi, filhinho, você viajou inspecionando a água como eu lhe pedi?
- Sim, Mãe Natureza. Eu nadei bastante visitando muitos rios, mares e conversei com muito animais que encontrei pelo caminho.
O burro quis saber: - E nessas andanças, ou melhor nadanças, o que você viu?
A Mãe Natureza interveio: - Burro, deixa o Golfinho contar.
- Suas suspeitas estavam certas, Mãe Natureza. A água não está bem mesmo.
Muito bravo o burro esnobou, enquanto fazia gestos engraçados: - Se alguém está maltratando a água me diga quem é que eu vou lá e aplico meu golpe de caratê, o meu golpe de kung fu e o meu golpe de jiu jitsu.
O golfinho ficou estressado: - Mas como você é sem noção quadrúpede.
A Mãe queria paz: - Calma Golfinho, é preciso ter paciência; vamos explicar a ele o que está acontecendo. É o seguinte burro: Todos os meus filhos: as árvores, as flores, os animais, as aves e os seres humanos precisam de água para viver. Sem ela todas as criaturas da Terra morrem.
O Burro começou a roer as unhas: - Ai, ai, eu acho que estou começando a entender... Todos morrem é?
O golfinho explicou: - Veja só burro, em vários lugares por onde eu passei a água dos rios está suja, poluída, em outros, os rios estão secos e as margens estão caindo por causa do desmatamento da mata ciliar.
O quadrúpede não entendeu: - Mata ci... o quê?
O amigo aquático explanou como um verdadeiro mestre: - Mata ciliar é o conjunto de plantas que tem na margem dos rios para segurar a terra, para que o lugar da água correr não seja destruído.
A Mãe Natureza continuou: - Além disso, a população da Terra está crescendo cada vez mais e se não houver economia a água não vai aguentar matar a sede de todos.
O burro decidiu: - Sabe, então eu não vou mais ficar tomando tanto banho como eu tomo.
O Golfinho não gostou da decisão: - Isso é desculpa para não tomar mais banho. Basta você ficar pouco tempo na água, assim não gasta muito, viu?
A Mãe queria mais: - Precisamos dar um jeito de fazer os humanos entenderem que eles precisam parar de sujar a água.
O quadrúpede perguntou: - Quer dizer que é o bicho homem o culpado? Então vamos acabar com ele.
Com muita calma e dedicação a Mãe explicou: - Não é assim burro, o ser humano também é meu filho e tem direito à vida como qualquer ser da natureza.
O Golfinho confidenciou um desejo: - Ah! Se tivesse uma forma de mostrar aos humanos como eles também vão sofrer se a água acabar...
O burro quis solucionar: Mas porque vocês não falaram logo. Eu tenho uma ideia. Vejam só: - Perto de onde eu moro tem uma casa onde as pessoas são muito preocupadas com as plantas e os animais.
- E o que isso tem a ver com a sua ideia? Retrucou o Golfinho.
- É que lá moram dois irmãos, um menino e uma menina que cuidam tão bem de mim. Isso significa que eles têm amor à Mãe Natureza e entenderiam o problema da água.
A Mãe ficou muito feliz: - Sua ideia é muito boa! Depois ela começou a falar bem rápido, andando sem parar: - Vamos fazer um monte de bilhetinhos para eles entregarem para todas as pessoas.
O golfinho foi andando atrás dela: - Sim, sim, um monte de bilhetinhos. Boa ideia.
O quadrúpede foi andando atrás dos dois: - Sim, sim, um monte de
bilhe ti nhos... Espera lá, como assim um monte de bilhetinhos?
Meu filho isto não é problema para mim. Veja só! Ela pegou um galhinho que que estava sobre uma pedra e falou: - Atenção, atenção, agora preciso da ajuda de todos vocês. Repitam comigo as palavras mágicas:
A água é nossa amiga
E ela está sofrendo
Vamos cuidar dela
Pois é vida que queremos!
Ao final do versinho muitos bilhetinhos apareceram sobre a pedra.
Muito felizes os filhos bateram palmas e exclamaram: - Parabéns, Mãe Natureza, sua mágica deu certo. Vejam só quantos bilhetinhos!
Para concluir, a Mãe Natureza está convocando você, querido(a) leitor(a): - Agora, vamos repetir as palavras mágicas para que todas as crianças do mundo escutem em seus corações.
A água é nossa amiga
E ela está sofrendo
Vamos cuidar dela
Pois é vida que queremos!
Tchau!




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