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Natal: um convite à transformação

Lc 1,25-38

Autora: Cecilia Pellegrini - Colaboração de Vera Pastrello e Regina Camilli

Utilização dos personagens do Conto de Fadas A Bela e a Fera


Cenário: Dupla face: de um lado será representado o interior do castelo da Fera e do outro um estábulo.

Atrás do painel estarão os personagens: boi e o anjinho, com imagem do menino Jesus ou um bebê de verdade. Eles aguardarão a hora de entrar em cena.

Personagens: Bela, Fera, Bule, Xícara, Relógio Tic Tac, Castiçal Brilhantina, Sr. Amarildo, Burro, um casal: mulher grávida e seu marido, Boi e um anjinho.

BULE e XÍCARA [entram apressados pelo lado esquerdo do palco, trazendo enfeites de Natal para completar a decoração do palácio da Fera.]

BULE: - Rápido filhinha, vamos terminar de colocar esses enfeites.

XÍCARA [animada fala alto]: - Sim mamãe! Eu adoro o Natal!

BULE: - Psiu, não fale alto, senão a Fera pode ouvir. Ele detesta criança!

[Som de alarme do Relógio.]

RELÓGIO [entra pelo lado esquerdo]: - Bule, Xícara, rápido com esses enfeites, o patrão não gosta de atrasos. [Chama bem alto]: - Castiçal Brilhantina! Castiçal Brilhantina!

CASTIÇAL [entra lado direito]: - O que foi Relógio Tic Tac?

RELÓGIO: - Tá na hora do vendedor passar.

CASTIÇAL [com desdém]: - Eeeeeee o que eu tenho com isso?

FERA [entra em cena pelo lado esquerdo falando bravo]: - O que você tem com isso? Você só vive para obedecer às minhas ordens. [A fera tira uma das chamas do Castiçal.] Olha o que eu faço com funcionários como você!

TODOS: - Oh!

XÍCARA [indignada]: - Seu malvado! [Depois coloca a mão na boca lembrando que não poderia ter falado nada.]

FERA [fica furioso]: - Tire essa criança-xícara fedelha daqui, já!

BULE [com medo]: - Sim senhor, sim senhor! [Pega a filha e saem de cena pelo lado esquerdo.]

FERA [bravo com o Castiçal]: - Você é o mordomo. Faça o que eu mando. Quero muita comida pra mim nesse Natal!

CASTIÇAL: - Sim senhor, sim senhor, sim senhor...

SR. AMARILDO [entra em cena pelo lado direito com um Burro atrás trazendo uma cesta no lombo.]

RELÓGIO [fala olhando para fora do palácio, ou seja, para o lado direito do palco]: - O vendedor já está chegando Senhor!

FERA: - Chame-o imediatamente.

RELÓGIO: - Ei, Sr. Amarildo, o meu patrão quer falar com o senhor.

BURRO: - Uauuuu, o poderoso chefão! O que manda em tudo e em todos! [Começa a se arrumar para ficar diante da Fera.]

SR. AMARILDO [com humildade]: - Pois não, com licença senhor...

FERA [imponente]: - Eu fiquei sabendo que o senhor anda vendendo comidas no meu reino. Eu quero provar porque nada acontece por aqui sem que eu controle.

SR. AMARILDO: - Mas é claro! Eu vendo pães, bolos, queijos e doces. Prove! [dá um pedaço de queijo.]

FERA: - Hummmm, mas que delícia! [Come mais] Nunca provei comidas tão saborosas! Eu quero tudo porque meu Natal precisa ser farto e delicioso!

SR. AMARILDO: - Eu posso vender uma parte ao senhor, mas eu também ajudo umas pessoas carentes que moram na vila e eles não têm nada para comer... O senhor sabe, o Natal...

FERA [interrompe]: - Primeiro que não falei em comprar e segundo que você ficará aqui no palácio fazendo essas comidas para mim para a ceia do Natal.

SR. AMARILDO: - Eu? Cozinhando? Minha filha Bela é quem faz as comidas.

FERA [bravo]: - Então mande sua filha aqui o mais rápido possível, senão você será castigado [grita] - Saiam já daqui, vão logo, saiam! [O Burro faz um gesto bem engraçado de medo.]

SR. AMARILDO: - Sim, sim senhor. Vamos Burro... [saem pelo lado direito.]

FERA [diz ao Castiçal]: - Leve esta cesta para o jardim que tomarei meu café lá. Vamos! [Saem de cena pelo lado esquerdo.]

RELÓGIO: - Por mil minutos e segundos, alguém tem um floral aí para acalmar o meu patrão?

BULE e XÍCARA [entram pelo lado esquerdo]: - Vem filhinha, a Fera não está aqui!

BELA [Entra com o Burro pelo lado direito]: - Obrigada Burro, você me trouxe direitinho até aqui.

BURRO: - Mas confesso que eu preferiria nunca mais pisar nesse castelo... [fica nervoso] Aquele meio homem, meio bicho é muito feroz! Ele é malvado, egoísta...

BELA [lhe dá um beijo]: - Calma burrinho, calma... [se dirigindo ao Bule e a Xícara]: Olá, sou Bela, filha do vendedor.

BULE e XÍCARA: - Que linda!

RELÓGIO: - Que bom que você veio rápido.

FERA [entra pelo lado esquerdo bravo e a Xícara se esconderá debaixo da saia da mãe]: - O que está acontecendo? [Quando vê a Bela fica encantado e fala mais brando]. - Então você é a filha do vendedor das comidas mais deliciosas que eu já comi?

BELA: - Sim, meu nome é Bela. Eu vim até aqui porque o senhor não pode pegar as comidas que fazemos para vender e, principalmente, aquelas que eram para o Natal dos nossos irmãos que passam fome.

FERA: - Mas é claro que eu posso, sou eu que mando em tudo e em todos! Veja, quanta riqueza, as terras desse reino são minhas, então tudo é meu.

BELA: - O senhor está sendo egoísta, maltratando e enganando as pessoas, parece um...

FERA [bravo interrompe]: - Um animal feroz, não é? A cada dia eu me transformo num felino voraz, com vontade de devorar o mundo..., mas chega de conversa e vá já para a cozinha. E você, seu Pangaré Burro vá para o estábulo... [O Burro sai triste - irá para parte de traz do painel central do cenário.]

BELA: - Mas...

FERA [solta um rugido e mostra as garras.]

BULE: - Vamos Bela, é melhor obedecer.

FERA: - E lembrem-se que faltam apenas 3 dias para o Natal. Não suporto atrasos... Vão trabalhar, vão...

TODOS: - Sim senhor... [todos sairão pelo lado esquerdo. A Fera sairá gritando e o Relógio permanecerá em cena.]

RELÓGIO [começa a circular]: - Tic, tac, tic, tac já se passaram as horas, tic, tac, tic, tac lá se foram 3 dias, tic, tac, tic tac hoje é especial! Tic Tac, tic tac chegou o Natal!

BELA, BULE, XÍCARA e CASTIÇAL [entram em cena].

BELA: - Amigos, será que a Fera deixará eu passar o Natal com o meu pai?

XÍCARA: - O patrão malvadão vai dizer não.

CASTIÇAL:- Ele já disse que hoje todos nós teremos que estar no castelo para servi-lo.

[Entram pelo lado direito, uma mulher grávida e seu marido. Ela começa a gemer com dores de parto e param de andar.]

MARIDO [chama nervoso]: - Oh de casa, alguém me ajude, por favor.

BELA: - Abra a porta Relógio é alguém em apuros.

RELÓGIO: - O patrão não ajuda ninguém, melhor não abrir.

CASTIÇAL: - É melhor não abrir Bela!

XÍCARA: - A Fera ficará uma fera!

BELA: - Imagina negar socorro! [Bela finge abrir a porta.] - Entrem.

MARIDO: - Obrigado! Minha esposa está com muita dor...

MULHER [gemendo]: - O bebê irá nascer a qualquer momento.

[O Relógio, Bule, Castiçal e Xícara ficam muito nervosos e ficam olhando para o lado esquerdo, com medo da Fera ouvir.]

BULE: - Falem baixo, a Fera pode ouvir...

CASTIÇAL [nervoso]: - Vocês precisam ir embora, rápido...

MULHER [dá um gemido alto]: - Aiiiii

XÍCARA: - Psiuuuuuuu!

BELA: - Eu vou escondê-los no estábulo...

RELÓGIO, BULE e CASTIÇAL: - Mas Bela, a Fera...

XÍCARA: - Ficará uma fera!

BELA: - Não podemos deixar uma criança nascer no meio da estrada, no meio do nada. Vamos... [A Bela, a mulher e marido vão para a parte de traz do cenário].

RELÓGIO: - Ai, ai, ai, por mil minutos... Se o patrão descobrir não quero nem pensar...

TODOS: - A Fera ficará uma Fera...

[Som do tic tac de relógio.]

[O Relógio, Bule, Xícara e Castiçal virarão o painel central do cenário para estábulo. Depois sairão apressados e nervosos pelo lado esquerdo do palco.

A Bela, a Mulher, seu marido, o Boi e o Burro se posicionam na frente do painel - cena característica do presépio de Natal.]

BELA: - Boi, obrigada por acolher tão bem meu amigo Burro no estábulo, mas peço humildemente que você acolha também esse casal porque a qualquer momento uma criança irá nascer.

BOI: - Um bebê nascerá aqui? Mas esse lugar é tão humilde.

[Os empregados entrarão pelo lado esquerdo, meio de costas, impedindo que a Fera veja o que se passa no estábulo.]

FERA [entra muito bravo e finge cheirar o ar]: - Sinto um cheiro diferente...

BULE: - Deve ser o cheiro do Boi e do Burro que não tomam banho há dias...

BOI e BURRO [se olham]: - O quê? [Cheiram embaixo do braço.]

FERA: - Mas é cheiro de gente... [empurra os empregados para conseguir passar] - Mas o que que é isso?

MARIDO: - Senhor, minha esposa está prestes a ter um bebê...

FERA: - E eu com isso? Saiam já das minhas terras, vão embora, saiam...

[A mulher gravida dá um gemido.]

BELA [chorando abraça a fera]: - Por favor, eu te peço, eu imploro...

FERA [se acalma diante das lágrimas da Bela]: - Calma Bela, não precisa chorar.

BELA: - É muito triste ver uma pessoa como o senhor, com tanto dinheiro, não partilhar nada com ninguém. Fera, você é feliz vivendo assim?

BULE: - Só falta ele dizer que é feliz sendo tão ruim!

CASTIÇAL e XÍCARA: - Diga que não, diga que não!!

RELÓGIO: - Psiiiuuuuu

FERA: - Não!

EMPREGADOS [alegres]: - Viva!!!!! [A Fera olha para eles e dá sinal para se retirarem. Os empregados se recompõem com medo e sairão apressados de cena, pelos dois lados do palco.]

BELA: - Pois veja Fera, há muito tempo, no dia de hoje um outro casal, cuja mulher estava grávida, não tinha onde ficar. Com muita dificuldade o casal conseguiu um lugar numa estrebaria.

FERA: - Quem era esse casal?

BELA: - Era Maria e José. Maria deu à luz a um menino, Jesus, filho de Deus, que veio para transformar o mundo, nos ensinando que a maior riqueza é ser uma pessoa justa, amorosa e solidária.

FERA [pensativo]: - Então, quer dizer que... que esse é o espírito do Natal: transformação! Como nunca pensei nisso! Diga-me Bela por onde eu posso começar?

BELA: - Primeiro não expulsando esse casal.

FERA: - Sim, claro. Podem ficar...

MULHER [geme]: - Aiiiiii...

MARIDO: - Acho que já vai nascer.

FERA [fala animado]: - Vai nascer? Agora? Agora? Preciso fazer uma coisa. [Sai de cena apressado, pelo lado esquerdo.]

[Começa a tocar uma melodia de Natal e os empregados entrarão como gente, todos de bata branca trazendo placas em formato de coração vermelho. Atrás de cada placa terá uma letra escrita em branco: as 4 placas formarão a palavra “AMOR”. Na entrada deles só aparecerá o coração gigante vermelho.]

[Ao final da música os empregados, com as enormes batas que estão vestindo, estarão tampando a mulher grávida para entregarem o bebê para a mulher grávida e retirará a barriga falsa.]

[A Fera transformada em ser humano entra trazendo o pai da Bela e os dois entrarão com sacolas cheias de doações: comida, roupas, etc.]

BELA: - Papai.

SR. AMARILDO: - Filha! [se abraçam.]

FERA [feliz]: - Vejam, bastou eu começar a ajudar para minha condição humana voltar!

BELA [abraça a Fera]: - A grande transformação se dá quando amamos além de nós mesmos, quando mudamos nossos piores defeitos para dar os melhores exemplos.

[Ouve-se um choro de bebê.]

BOI e BURRO [batendo sininho gritam]: - O bebê nasceu!

[Os empregados abrem a frente e ficam perfilados atrás do casal com o bebê. A mulher e o marido, no centro do palco, levantam a criança.]

BOI e BURRO [batendo sininho gritam]: - Jesus nasceu!

[A mulher e o marido dão um passo para o lado e aparecerá uma criança vestida de anjo trazendo a imagem do Menino Jesus e a levanta. Todos se ajoelham e os empregados viram e levantam a placa em formato de coração e a palavra “AMOR” estará no alto.

[Todo elenco canta bem animado: - “Bate o sino pequenino sino de Belém! Já nasceu Deus menino para o nosso bem... Paz na Terra pede o sino, alegre a cantar. Abençoe Deus Menino, este nosso lar.”]

TODOS: - Feliz Natal!

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