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Nasce o jardim!

Jo 20,19-23

Autoras: Regina Camilli e Cecília Pellegrini


Cenário: 3 banquinhos cobertos com tecido marrom.

Personagens: 3 Flores (Margô, Cravina e Esporinha), Abelha Iraí e a Árvore.

[Música instrumental de suspense. Entram três flores, olhando para os lados, demonstrando muito medo. Sentam-se nos bancos e se cobrem com o pano marrom.

Para-se a música e as 3 ficam tremendo (sons característicos).]

MARGÔ: - Ai que medo! Será que eles nos viram entrar aqui? Vou jogar mais terra sobre mim.

CRAVINA [brava]: - Fale baixo Margô! Você quer ser descoberta?

ESPORINHA: - Parem com isso! Já estou com medo e vocês duas ficam falando alto? Logo, logo eles virão e nós estaremos fritas, quero dizer... arrancadas, esmagadas!

MARGÔ: - Ai que medo! [as três começam a tremer mais ainda.]

IRAÍ [a abelha entra procurando pelas 3]: - Flores, flores, onde estão vocês? Preciso de ajuda! Margô, Cravina, Esporinha... Não conseguirei sem a ajuda de vocês, preciso de pólen! Por favor...

MARGÔ: - Fale baixo! Não tá vendo que já está noitinha!

CRAVINA: - É, a noitinha os perigos aumentam...

ESPORINHA [brava]: - Vá embora sua, sua... Voe para seu enxame! Saia daqui! 

IRAÍ: - Mas florezinhas, não tenham medo, nossa amiga Lua e suas companheiras estrelas logo estarão no céu, iluminando tudo aqui. Além disso, depois da noite, sempre há um novo dia!

MARGÔ: - Não vamos sair daqui! Nos deixe aqui, camufladas nessa terra. 

ESPORINHA: - E fique sabendo que essa camuflagem toda está dando certo há 50 dias e 50 noites.

CRAVINA: - Estamos com muito, muito medo.

IRAÍ: Mas aí dentro também está tudo escuro!

CRAVINA: - É, mas aqui ninguém irá nos encontrar!

IRAÍ:- Como não?! Eu não as encontrei? Parem com isso!

ESPORINHA [brava]: - Encontrou porque é muito enxerida, abelhuda e chata! [fala com as outras flores]: - Vocês sabem que essa zinha aí não me desce. Eu não gosto dela.

MARGÔ: - Calma Esporinha! Sei que você não gosta da Iraí, mas ela está tentando nos acalmar, só isso!

ESPORINHA: - Acalmar o quê! Sempre com esse nhenhenhém! Ela é muito chata.

CRAVINA: - Sabe Iraí, nós não vamos sair depois do que fizeram com a nossa querida amiga e mestra árvore.

MARGÔ: - É, foi horrível! Vieram com um machado enorme e derrubaram a árvore e depois a cortaram inteirinha! Não queremos que aconteça o mesmo conosco.

MARGÔ, CRAVINA e ESPORINHA: - Não queremos morrer também!

ESPORINHA: - Vá embora! 

IRAÍ [muito triste, fala antes de sair]: - Só queria dizer que também tenho medo, mas não fico me escondendo! Eu aprendi muito com a árvore e vou enfrentar meus medos e mostrar ao mundo que a conheço e quero transmitir o que ela me ensinou. Sei que ela quer isso de mim. Adeus [sai de cena].

ESPORINHA: - Vai, vai embora, com esse zumbido horroroso.

[uma música suave começa a tocar. entra a árvore. Ao ouvir a música, as três saem debaixo do pano e olham admiradas para a árvore.]

MARGÔ: - Olhem, é a Árvore!

ÁRVORE: - A paz esteja com vocês!

CRAVINA: - Mestra, pensamos que você já era!

ESPORINHA: - É, vejam as marcas de machado [mostra.]

MARGÔ, CRAVINA e ESPORINHA: - Oh, que horror!

MARGÔ: - Estamos com muito medo porque querem acabar com todos que te conhecem.

ÁRVORE: - Assim como a Mãe Natureza me enviou para ensinar as coisas boas e certas para vocês, eu também envio vocês pelo mundo, para formarem um lindo jardim.

CRAVINA: - Você quer que a gente saia daqui? 

ESPORINHA: - Que enfrente os machados, machadinhos e machadões?

MARGÔ, CRAVINA e ESPORINHA [nervosas}: - Com esse medo todo? 

ÁRVORE: Tanto eu quanto a Mãe Natureza estaremos com vocês, todos os dias. [A árvore estende um dos seus galhos em cada flor e elas mostram-se calmas.] Cada uma de vocês tem dons especiais e devem sempre os colocar a serviço de todos. Que o amor vença todos os males. 

MARGÔ, CRAVINA e ESPORINHA [decididas]: - Conte conosco mestra!

[A Árvore vai saindo e a Esporinha vai atrás dela.]

ESPORINHA: - Árvore, Árvore!

ÁRVORE: Diga Esporinha. 

ESPORINHA: - Eu queria muito que a senhora perdoasse todas as maldades que eu fiz, principalmente por eu maltratar tanto a Abelha Iraí.

ÁRVORE: - Não é a mim que você tem que pedir perdão, mas sim para a própria IRAÍ. Ela é que tem que perdoar você. Vá Esporinha, jamais tenha vergonha de fazer o que é certo.

ESPORINHA: - Você tem razão. Obrigada Mestra.

[A Árvore sai por um lado do palco e a Abelha entra pelo outro.]

IRAÍ: - Que alegria vê-las fora da terra.

MARGÔ: - A Mestra Árvore nos envolveu com seu imenso amor e agora estamos decididas a ir ao encontro das flores...

CRAVINA: - Das plantas...

ESPORINHA: - Dos insetos, dos mosquitinhos, das joaninhas, das abelhinhas [vai chegando perto da abelha.]

IRAÍ: - Tudo bem com você Esporinha? [põe a mão na testa dela.]

ESPORINHA: - Sim, está tudo bem. Eu quero pedir desculpas a você Iraí por brigar tanto. Você me perdoa?

IRAÍ: - Claro! No nosso jardim, o amor e o perdão sempre estarão.

ÁRVORE [voz em off]: - Agora todas vocês vão levar mensagem da alegria, do amor, da união, da honestidade, da verdade a todas as plantas, insetos, mosquitos, joaninhas, abelhas e a todos os animais... Eu vou acompanhar vocês... Estarei sempre com vocês...

MARGÔ: - Vamos que temos muito a fazer. 

CRAVINA: - Temos que levar essa boa notícia a todos.

ESPORINHA -Temos que mudar nosso mundo, mudar as pessoas, construir a união e a paz...

TODOS: - Vamos. Tchau!

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