Nasce o jardim!
- pelegrincecilia
- 5 de abr. de 2022
- 4 min de leitura
Jo 20,19-23
Autoras: Regina Camilli e Cecília Pellegrini
Cenário: 3 banquinhos cobertos com tecido marrom.
Personagens: 3 Flores (Margô, Cravina e Esporinha), Abelha Iraí e a Árvore.
[Música instrumental de suspense. Entram três flores, olhando para os lados, demonstrando muito medo. Sentam-se nos bancos e se cobrem com o pano marrom.
Para-se a música e as 3 ficam tremendo (sons característicos).]
MARGÔ: - Ai que medo! Será que eles nos viram entrar aqui? Vou jogar mais terra sobre mim.
CRAVINA [brava]: - Fale baixo Margô! Você quer ser descoberta?
ESPORINHA: - Parem com isso! Já estou com medo e vocês duas ficam falando alto? Logo, logo eles virão e nós estaremos fritas, quero dizer... arrancadas, esmagadas!
MARGÔ: - Ai que medo! [as três começam a tremer mais ainda.]
IRAÍ [a abelha entra procurando pelas 3]: - Flores, flores, onde estão vocês? Preciso de ajuda! Margô, Cravina, Esporinha... Não conseguirei sem a ajuda de vocês, preciso de pólen! Por favor...
MARGÔ: - Fale baixo! Não tá vendo que já está noitinha!
CRAVINA: - É, a noitinha os perigos aumentam...
ESPORINHA [brava]: - Vá embora sua, sua... Voe para seu enxame! Saia daqui!
IRAÍ: - Mas florezinhas, não tenham medo, nossa amiga Lua e suas companheiras estrelas logo estarão no céu, iluminando tudo aqui. Além disso, depois da noite, sempre há um novo dia!
MARGÔ: - Não vamos sair daqui! Nos deixe aqui, camufladas nessa terra.
ESPORINHA: - E fique sabendo que essa camuflagem toda está dando certo há 50 dias e 50 noites.
CRAVINA: - Estamos com muito, muito medo.
IRAÍ: Mas aí dentro também está tudo escuro!
CRAVINA: - É, mas aqui ninguém irá nos encontrar!
IRAÍ:- Como não?! Eu não as encontrei? Parem com isso!
ESPORINHA [brava]: - Encontrou porque é muito enxerida, abelhuda e chata! [fala com as outras flores]: - Vocês sabem que essa zinha aí não me desce. Eu não gosto dela.
MARGÔ: - Calma Esporinha! Sei que você não gosta da Iraí, mas ela está tentando nos acalmar, só isso!
ESPORINHA: - Acalmar o quê! Sempre com esse nhenhenhém! Ela é muito chata.
CRAVINA: - Sabe Iraí, nós não vamos sair depois do que fizeram com a nossa querida amiga e mestra árvore.
MARGÔ: - É, foi horrível! Vieram com um machado enorme e derrubaram a árvore e depois a cortaram inteirinha! Não queremos que aconteça o mesmo conosco.
MARGÔ, CRAVINA e ESPORINHA: - Não queremos morrer também!
ESPORINHA: - Vá embora!
IRAÍ [muito triste, fala antes de sair]: - Só queria dizer que também tenho medo, mas não fico me escondendo! Eu aprendi muito com a árvore e vou enfrentar meus medos e mostrar ao mundo que a conheço e quero transmitir o que ela me ensinou. Sei que ela quer isso de mim. Adeus [sai de cena].
ESPORINHA: - Vai, vai embora, com esse zumbido horroroso.
[uma música suave começa a tocar. entra a árvore. Ao ouvir a música, as três saem debaixo do pano e olham admiradas para a árvore.]
MARGÔ: - Olhem, é a Árvore!
ÁRVORE: - A paz esteja com vocês!
CRAVINA: - Mestra, pensamos que você já era!
ESPORINHA: - É, vejam as marcas de machado [mostra.]
MARGÔ, CRAVINA e ESPORINHA: - Oh, que horror!
MARGÔ: - Estamos com muito medo porque querem acabar com todos que te conhecem.
ÁRVORE: - Assim como a Mãe Natureza me enviou para ensinar as coisas boas e certas para vocês, eu também envio vocês pelo mundo, para formarem um lindo jardim.
CRAVINA: - Você quer que a gente saia daqui?
ESPORINHA: - Que enfrente os machados, machadinhos e machadões?
MARGÔ, CRAVINA e ESPORINHA [nervosas}: - Com esse medo todo?
ÁRVORE: Tanto eu quanto a Mãe Natureza estaremos com vocês, todos os dias. [A árvore estende um dos seus galhos em cada flor e elas mostram-se calmas.] Cada uma de vocês tem dons especiais e devem sempre os colocar a serviço de todos. Que o amor vença todos os males.
MARGÔ, CRAVINA e ESPORINHA [decididas]: - Conte conosco mestra!
[A Árvore vai saindo e a Esporinha vai atrás dela.]
ESPORINHA: - Árvore, Árvore!
ÁRVORE: Diga Esporinha.
ESPORINHA: - Eu queria muito que a senhora perdoasse todas as maldades que eu fiz, principalmente por eu maltratar tanto a Abelha Iraí.
ÁRVORE: - Não é a mim que você tem que pedir perdão, mas sim para a própria IRAÍ. Ela é que tem que perdoar você. Vá Esporinha, jamais tenha vergonha de fazer o que é certo.
ESPORINHA: - Você tem razão. Obrigada Mestra.
[A Árvore sai por um lado do palco e a Abelha entra pelo outro.]
IRAÍ: - Que alegria vê-las fora da terra.
MARGÔ: - A Mestra Árvore nos envolveu com seu imenso amor e agora estamos decididas a ir ao encontro das flores...
CRAVINA: - Das plantas...
ESPORINHA: - Dos insetos, dos mosquitinhos, das joaninhas, das abelhinhas [vai chegando perto da abelha.]
IRAÍ: - Tudo bem com você Esporinha? [põe a mão na testa dela.]
ESPORINHA: - Sim, está tudo bem. Eu quero pedir desculpas a você Iraí por brigar tanto. Você me perdoa?
IRAÍ: - Claro! No nosso jardim, o amor e o perdão sempre estarão.
ÁRVORE [voz em off]: - Agora todas vocês vão levar mensagem da alegria, do amor, da união, da honestidade, da verdade a todas as plantas, insetos, mosquitos, joaninhas, abelhas e a todos os animais... Eu vou acompanhar vocês... Estarei sempre com vocês...
MARGÔ: - Vamos que temos muito a fazer.
CRAVINA: - Temos que levar essa boa notícia a todos.
ESPORINHA -Temos que mudar nosso mundo, mudar as pessoas, construir a união e a paz...
TODOS: - Vamos. Tchau!




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