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Arraial no galinheiro

Atualizado: 15 de out. de 2020

Mt 10,26-33

Autora: Cecília Pellegrini


Estamos no mês das festas juninas e as aves do quintal do sítio do vovô Amoroso resolveram fazer um lindo arraial no galinheiro.

O Pintinho Juninho, muito inocente, estava dormindo sozinho no ninho quando a Raposa entrou no galinheiro, com um guardanapo no pescoço, trazendo enormes garfo e faca nas asas.

O pintinho se mexeu no ninho, mas logo ficou quietinho, dormindo suavemente.

Seus pais, senhor Galo Carijó e dona Galinha de Bolinha, chegaram trazendo enfeites juninos para decorarem o galinheiro para a festa.

Eles entraram conversando em “galinhês”, ou seja, só com cocoricós e mais cocoricós.

A Raposa, ao ouvi-los, correu se esconder e o casal nada percebeu.

A Galinha lembrou que um ser humano estaria lendo essa historinha e falou: - Cococó, marido galo Carijó, vamos parar de conversar em galinhês porque as pessoas não estão entendendo nada.

- Quiquiriquique querida, é mesmo! Respondeu o marido.

A Galinha continuou a conversa: - Estou tão feliz que as aves do quintal do Vovô Amoroso concordaram em fazer a festa junina aqui no galinheiro!

O Galo disse: Eu também estou feliz! Vou agora mesmo avisar a todos que já acordamos!

O Galo então empostou a voz e gritou: - Quiquiquiriquique!

O Pintinho acordou assustado e começou a chorar: - Piupiupiupiu!

A mamãe Galinha alertou o marido: - Querido, você assustou o Juninho.

O pai foi até o bebê-pintinho e disse: - Quando você crescer será forte como o papai.

O filho ficou feliz e levantou do ninho tentando imitar o pai: - Qui... qui...

Os pais ficaram animando o filhinho: - Muito bem, muito bem!

Logo em seguida, a mãe Galinha orientou: - Mas agora vamos lavar esse rostinho e comer a quirelinha que todas as manhãs está no seu pratinho?

O pai Galo completou: - Papai e mamãe já comemos todo milho e bebemos toda a água que o Vovô Amoroso colocou pra nós.

- Sim mamãe, sim papai. Juninho gosta do Vovô Amoloso. Respondeu obediente.

- Isso mesmo, meu filho: ele nos ensina só coisas boas, justas e temos que agradecer, além de praticar, fazer o que ele nos pede. Ensinou o Galo.

O filhinho mostrando que aprendeu a lição: - Eu já aplendi a bonzinho, ajudá, lepaitir...

A mãe completa: - E agradecer, filhinho, agradecer sempre! Vamos.

E lá foram ajudar o filho na higiene matinal e na alimentação.

Ao se ver sozinha, a Raposa saiu do esconderijo e começou a cantar uma paródia que fez da música Galinha Pintadinha: - A Galinha de Bolinha e o galo Carijó, vão dar uma festinha no galinheiro da vovó. A Galinha é bobinha e o Galo é um bocó, o pintinho é sobremesa, pra Raposa vejam só. Cocócócó...

Depois que terminou a cantoria falou: - O arraial aqui do galinheiro promete ser muito bom. Vem a bicharada do quintal todo do Vovô Amoroso. Eu sabia que me daria bem por essas bandas. Com a cidade chegando cada vez mais perto das matas vai ser moleza conseguir comida!

Um casal de Patos, também moradores do quintal, chegaram muito nervosos, tremendo de medo: - Quá,quá, quá...

Quando a raposa ouviu o primeiro “Quá” correu se esconder.

Dona Pata falou: - Eu tô com medo Patati.

O Pato nervoso respondeu: - Eu também Patatá. Pudera, a vida está cada dia mais difícil.

A Pata concordou: - Tá difícil! Os perigos estão aumentando...

- E essa agora!? Estão falando que tem uma raposa rondando o quintal. Lembrou Patati.

- Quanta violência! Uma raposa em ambiente doméstico? Falou Patatá.

- A violência aumenta a cada dia. É o fim do mundo! Seremos devorados! Disse Patati.

Com muito medo a Pata perguntou: - O que vamos fazer Patati?

O Pato mais nervoso ainda respondeu: - Quá, quá, quá, eu não sei Patatá!

Os dois ficaram andando de um lado para o outro, dando sinais de desiquilíbrio emocional e o que só se ouvia era um monte de Quá, quá, quá...

A família do Galo, atraídos e preocupados pelo barulho, entram correndo.

O Galo foi logo perguntando: - Compadre Patati, comadre Patatá. O que aconteceu?

Os Patos explicaram: - Estamos com muito medo! - É a raposa!

A Raposa saiu do esconderijo: - Sim, é a raposa! A que mata, devora e apavora as aves do galinheiro.

Os Patos apavorados se esconderam: - Qua, quá, quá.

No desespero, o Pato se escondeu deixando parte do corpo aparente.

O Pintinho, inocente, mas corajoso falou: - Dona laposa, mas o Vovô ensinou que é pla ser boazinha, num pode bligar...

A mãe Galinha confirma: - É, ele ensina a bondade, a amizade, a partilha. E é isso que tentamos fazer todos os dias.

A Raposa, dá uma gargalhada: - E vocês ficam ouvindo esses ensinamentos? Aposto que quem está lendo essa historinha, não pensa assim.

Dona Galinha respondeu: - Aí é que você se engana. A pessoa que está lendo está no caminho certo...

- Mas acredito que tenha algumas crianças por perto ouvindo essa historinha e, como ainda são pequenas, eu posso ensinar muita coisa pra elas: como se dar bem às custas dos mais fracos, posso ensinar a conseguir tudo o que quiserem na base da mentira, enganando... Vocês querem aprender maldades comigo?

O Pintinho falou bem alto: - Não! Não, não, não e não!

A Raposa falou rindo: - Sai pra lá, Pintinho bobinho, primeiro atacarei as aves maiores e você fica pra sobremesa. E nenhuma ave fugirá de mim! Cadê aqueles Patos medrosos?

E saiu procurando por todo quintal...

O Pintinho Juninho pediu ao seu pai: - Papai, vamos, vamos chamá o Vovô Amoloso. Lápido!

O Pai muito forte e seguro chamou bem alto: - Quiquiriquiquê.

Dona Galinha ajudou: - Cocococococóricó.

Juninho ficou tentando imitar os pais: - Qui, qui...

O Vovó veio rápido, trazendo uma vassoura nas mãos para espantar o bicho: - Ara, ara, ara se não é a Raposa tentando acabar com a paz que reina aqui nesse galinheiro. Já não lhe disse para deixar de fazer maldades?

A Raposa respondeu: - E eu já não lhe disse que não quero seguir seus ensinamentos de que temos que ser bons, ajudar e blá, blá, blá?

Todas as aves disseram: - Não é blá,blá, blá não. É união!

- Chega, eu quero brigar! Gritou a Raposa e depois avançou no vovô.

O vovô foi pra cima da raposa e as aves ajudaram, com exceção do pato que continuou escondido.

Enquanto espantavam o bicho falavam: - Sai daqui sua malvada...

O pato observou a cena e quando viu que a Raposa já tinha corrido pra longe, ele saiu do esconderijo e fingindo lutar dizia: - Isso, saia daqui sua raposa malvada.

O Pintinho gritava: - Viva! A laposa fugiu de medo!

O Pato concordou: - É... Ela não aguentou esse Pato aqui, corajoso, forte, lutador...

- Padlinho, num foi bem isso não! Disse o Pintinho.

A Pata concordou: - É Patati, a raposa fugiu de medo da força do Vovô Amoroso, isso sim!

O vovô resumiu: - Juntos, ficamos mais fortes.

- Vovô, ela num qué sê boazinha, né? Disse Juninho triste.

- Pois é, meu querido, ela não quer viver em paz, prefere continuar só fazendo as coisas erradas. E olha que eu já tentei conversar com ela várias vezes, ensinar o que é certo. O vovô Amoroso explicou.

O senhor Galo disse: - Vovô, você é a nossa segurança!

A Pata expôs a lição que aprendeu: - Sim, hoje vi que diante das dificuldades não podemos desanimar, né Patati?

O Pato concordou: - É sim, Patatá! Na hora do desespero eu não me lembrei de pedir ajuda pro senhor Vovô.

Juninho disse: - E quando o Vovô veio nos socoler eu me senti mais folte ainda!

O pai do Pintinho concordou: - É isso aí, precisamos confiar na força que temos.

- E, principalmente, no amor do Vovô por nós. Lembrou a Pata.

Com muito amor o Vovô falou: - Eu estarei sempre com cada um de vocês, amando e protegendo.

Já que a maldosa Raposa estava longe Juninho pediu: - Agola vamos continuá plepalar a festa junina?

Todos Responderam: - Vamos!

E a vida seguiu feliz e em paz no quintal do Vovô Amoroso, pois todos seguiam os seus ensinamentos.

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