Arraial no galinheiro
- Ovelhinha

- 18 de out. de 2018
- 5 min de leitura
Atualizado: 28 de out. de 2020
Mt 10,26-33
Autora: Cecília Pellegrini
Cenário: acessórios característicos de galinheiro e alguns enfeites juninos. Um ninho no chão.
Personagens: Raposa, Pintinho Juninho, o casal: Galinha de Bolinha e Galo Carijó, Pato Patati, Pata Patata e Vovô Amoroso.
[Já em cena, o Pintinho dormindo no ninho ao som de uma música de ninar].
[Entra uma raposa, com guardanapo no pescoço e garfo e faca (gigantes) nas mãos]
[O pintinho se mexe, mas logo em seguida fica quietinho, dormindo].
[Entra o casal Galo Carijó e a Galinha de Bolinha (ela estará com um enfeite junino nas mãos/asas). Entram conversando em “galinhês”, ou seja, só com cocoricós, com entonações diferentes. A raposa se esconde atrás de algum objeto grande do cenário]
GALINHA [percebe a presença da plateia e aponta as pessoas sentadas]: - Cococó, marido galo Carijó, vamos parar de conversar em galinhês porque as pessoas não estão entendendo nada.
GALO: - Quiquiriquique querida, é mesmo!
GALINHA: - Estou tão feliz que as aves aqui do quintal do Vovô Amoroso concordaram em fazer a festa junina aqui no galinheiro!
GALO: - Vou avisar a todos que já acordamos [emposta a voz]: - Quiquiquiriquique!
PINTINHO [acorda assustado e chorando]: - Piupiupiupiu!
GALINHA: - Querido, você assustou o Juninho.
GALO [vai até o bebê-pintinho]: - Quando você crescer será forte como o papai.
PINTINHO [fica feliz e levanta tentando imitar o pai]: - Qui... qui...
GALINHA e GALO [animando o filho]: - Muito bem, muito bem!
GALINHA: - Mas agora vamos lavar esse rostinho e comer a quirelinha que todas as manhãs está no seu pratinho?
GALO: - Papai e mamãe já comemos todo milho e bebemos toda a água que o Vovô Amoroso colocou pra nós.
PINTINHO: - Sim mamãe, sim papai. Juninho gosta do Vovô Amoloso [falando como bebê].
GALO: - Isso mesmo, meu filho: ele nos ensina só coisas boas, justas e temos que agradecer, além de praticar, fazer o que ele nos pede.
PINTINHO: - Eu já aplendi a sê bonzinho, ajudá, lepaitir...
GALINHA: - E agradecer, filhinho, agradecer sempre! Vamos.
[Os três sairão de cena]
RAPOSA [sai do esconderijo, vem pra frente do palco e começa a cantar (paródia Galinha Pintadinha)]: - A Galinha de Bolinha e o galo Carijó, vão dar uma festinha no galinheiro da vovó. A Galinha é bobinha e o Galo é um bocó, o pintinho é sobremesa, pra Raposa vejam só. [imita as aves] Cocócócó...
- O arraial aqui do galinheiro promete ser muito bom. Vem a bicharada do quintal todo do Vovô Amoroso. Eu sabia que me daria bem por essas bandas. Com a cidade chegando cada vez mais perto das matas vai ser moleza conseguir comida!
PATOS [o casal entra sempre nervoso, com muito medo]: - Quá, quá, quá...
RAPOSA [corre se esconder]
PATA: - Eu tô com medo Patati.
PATO [nervoso]: - Eu também Patatá. Pudera, a vida está cada dia mais difícil.
PATA: - Tá difícil! Os perigos estão aumentando...
PATO: - E essa agora!? Estão falando que tem uma raposa rondando o quintal.
PATA: - Quanta violência! Uma raposa em ambiente doméstico?
PATO: - A violência aumenta a cada dia. É o fim do mundo!
PATA: - Seremos devorados [muito medo e nervoso]. O que vamos fazer, Patati?
PATO [mais nervoso ainda]: - Qua, qua, quá, eu não sei Patatá! Quá,quá, quá... [Ficam andando de um lado para o outro, dando sinais de desiquilíbrio emocional].
[Entra em cena, correndo, a família do Galo, atraídos e preocupados pelo barulho].
GALO: - Compadre Patati.
GALINHA: - Comadre Patatá. O que aconteceu?
PATOS: - Estamos com muito medo! [Exagero nos gestos de medo].
PATA e PATO: - É a raposa!
RAPOSA [vem pra frente]: - Sim, é a raposa! A que mata, devora e apavora as aves do galinheiro.
PATO e PATA [apavorados se escondem]: - Qua, quá, quá. [O Pato se esconde deixando parte do corpo aparente].
PINTINHO: - Dona laposa, mas o Vovô ensinou que é pla ser boazinha, num pode bligar...
GALINHA: - É, ele ensina a bondade, a amizade, a partilha. E é isso que tentamos fazer todos os dias.
RAPOSA [rindo]: - E vocês ficam ouvindo esses ensinamentos? Aposto que esses filhotes aí ó, não pensam assim não [aponta as crianças da plateia].
GALINHA: - Aí é que você se engana. Essas crianças estão no caminho certo...
RAPOSA: - Mas são pequenas ainda e eu posso ensinar muita coisa pra elas: como se dar bem às custas dos mais fracos, posso ensinar a conseguir tudo o que quiserem na base da mentira, enganando... Vocês querem, crianças, aprender maldades comigo?
PINTINHO [fala bem alto]: - Não! Não, não, não e não!
RAPOSA [rindo]: - Sai pra lá Pintinho bobinho, primeiro atacarei as aves maiores e você fica pra sobremesa. E nenhuma ave fugirá de mim, cadê aqueles Patos medrosos? [Procura pelo cenário e vê parte do corpo do pato. Mostra para a plateia que já viu]
PINTINHO: - Papai, vamos, vamos chama o Vovô Amoloso. Lapido!
GALO [forte e seguro chama bem alto]: - Quiquiriquiquê.
GALINHA [ajuda]: - Cocococococóricó.
PINTINHO [fica tentando imitar o pai até o vovô entrar em cena]: - Qui, qui...
VOVÔ [Entra em cena com uma vassoura nas mãos para espantar o bicho]: - Ara, ara, ara se não é a Raposa tentando acabar com a paz que reina aqui nesse galinheiro. Já não lhe disse para deixar de fazer maldades?
RAPOSA: - E eu já não lhe disse que não quero seguir seus ensinamentos de que temos que ser bons, ajudar e bla, bla, bla?
TODOS: - Não é bla,bla, blá não. É união!
RAPOSA: - Chega, eu quero brigar! [Avança no vovô].
[O vovô vai pra cima da raposa e as aves ajudam, menos o pato que continua escondido]
TODOS: - Sai daqui, sua malvada...
[As aves e o vovô vão espantando a raposa, que vai se deslocando para o lado esquerdo deixando o centro do palco vazio. O pato observa a cena e quando vê que a raposa já saiu de cena, sai do esconderijo e finge lutar].
PATO: - Isso, saia daqui sua raposa malvada.
PINTINHO: - Viva! A laposa fugiu de medo!
PATO: - É... Ela não aguentou esse Pato aqui, corajoso, forte, lutador...
PINTINHO: - Padlinho, num foi bem isso não!
PATA: - É Patati, a raposa fugiu de medo da força do Vovô Amoroso, isso sim!
VOVÔ: - Juntos, ficamos mais fortes.
PINTINHO: - Vovô, ela num qué sê boazinha, né?
VOVÔ: - Pois é, meu querido, ela não quer viver em paz, prefere continuar só fazendo as coisas erradas. E olha que eu já tentei conversar com ela várias vezes, ensinar o que é certo.
GALO: - Vovô, você é a nossa segurança!
PATA: - Sim, hoje vi que diante das dificuldades não podemos desanimar, né Patati?
PATO: - É sim, Patatá, na hora do desespero eu não me lembrei de pedir ajuda pro senhor vovô.
PINTINHO: - E quando o Vovô veio nos socoler eu me senti mais folte ainda!
GALO: - É isso aí, precisamos confiar na força que temos.
PATA: - E, principalmente, no amor do Vovô por nós.
VOVÔ: - Eu estarei sempre com cada um de vocês, amando e protegendo.
PINTINHO: - Agola vamos continuá plepalar a festa junina?
TODOS: - Vamos! Tchau! [Saem de cena].




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