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Arraial no galinheiro

Atualizado: 28 de out. de 2020

Mt 10,26-33

Autora: Cecília Pellegrini


Cenário: acessórios característicos de galinheiro e alguns enfeites juninos. Um ninho no chão.


Personagens: Raposa, Pintinho Juninho, o casal: Galinha de Bolinha e Galo Carijó, Pato Patati, Pata Patata e Vovô Amoroso.


[Já em cena, o Pintinho dormindo no ninho ao som de uma música de ninar].

[Entra uma raposa, com guardanapo no pescoço e garfo e faca (gigantes) nas mãos]

[O pintinho se mexe, mas logo em seguida fica quietinho, dormindo].

[Entra o casal Galo Carijó e a Galinha de Bolinha (ela estará com um enfeite junino nas mãos/asas). Entram conversando em “galinhês”, ou seja, só com cocoricós, com entonações diferentes. A raposa se esconde atrás de algum objeto grande do cenário]

GALINHA [percebe a presença da plateia e aponta as pessoas sentadas]: - Cococó, marido galo Carijó, vamos parar de conversar em galinhês porque as pessoas não estão entendendo nada.

GALO: - Quiquiriquique querida, é mesmo!

GALINHA: - Estou tão feliz que as aves aqui do quintal do Vovô Amoroso concordaram em fazer a festa junina aqui no galinheiro!

GALO: - Vou avisar a todos que já acordamos [emposta a voz]: - Quiquiquiriquique!

PINTINHO [acorda assustado e chorando]: - Piupiupiupiu!

GALINHA: - Querido, você assustou o Juninho.

GALO [vai até o bebê-pintinho]: - Quando você crescer será forte como o papai.

PINTINHO [fica feliz e levanta tentando imitar o pai]: - Qui... qui...

GALINHA e GALO [animando o filho]: - Muito bem, muito bem!

GALINHA: - Mas agora vamos lavar esse rostinho e comer a quirelinha que todas as manhãs está no seu pratinho?

GALO: - Papai e mamãe já comemos todo milho e bebemos toda a água que o Vovô Amoroso colocou pra nós.

PINTINHO: - Sim mamãe, sim papai. Juninho gosta do Vovô Amoloso [falando como bebê].

GALO: - Isso mesmo, meu filho: ele nos ensina só coisas boas, justas e temos que agradecer, além de praticar, fazer o que ele nos pede.

PINTINHO: - Eu já aplendi a bonzinho, ajudá, lepaitir...

GALINHA: - E agradecer, filhinho, agradecer sempre! Vamos.

[Os três sairão de cena]

RAPOSA [sai do esconderijo, vem pra frente do palco e começa a cantar (paródia Galinha Pintadinha)]: - A Galinha de Bolinha e o galo Carijó, vão dar uma festinha no galinheiro da vovó. A Galinha é bobinha e o Galo é um bocó, o pintinho é sobremesa, pra Raposa vejam só. [imita as aves] Cocócócó...

- O arraial aqui do galinheiro promete ser muito bom. Vem a bicharada do quintal todo do Vovô Amoroso. Eu sabia que me daria bem por essas bandas. Com a cidade chegando cada vez mais perto das matas vai ser moleza conseguir comida!

PATOS [o casal entra sempre nervoso, com muito medo]: - Quá, quá, quá...

RAPOSA [corre se esconder]

PATA: - Eu tô com medo Patati.

PATO [nervoso]: - Eu também Patatá. Pudera, a vida está cada dia mais difícil.

PATA: - Tá difícil! Os perigos estão aumentando...

PATO: - E essa agora!? Estão falando que tem uma raposa rondando o quintal.

PATA: - Quanta violência! Uma raposa em ambiente doméstico?

PATO: - A violência aumenta a cada dia. É o fim do mundo!

PATA: - Seremos devorados [muito medo e nervoso]. O que vamos fazer, Patati?

PATO [mais nervoso ainda]: - Qua, qua, quá, eu não sei Patatá! Quá,quá, quá... [Ficam andando de um lado para o outro, dando sinais de desiquilíbrio emocional].

[Entra em cena, correndo, a família do Galo, atraídos e preocupados pelo barulho].

GALO: - Compadre Patati.

GALINHA: - Comadre Patatá. O que aconteceu?

PATOS: - Estamos com muito medo! [Exagero nos gestos de medo].

PATA e PATO: - É a raposa!

RAPOSA [vem pra frente]: - Sim, é a raposa! A que mata, devora e apavora as aves do galinheiro.

PATO e PATA [apavorados se escondem]: - Qua, quá, quá. [O Pato se esconde deixando parte do corpo aparente].

PINTINHO: - Dona laposa, mas o Vovô ensinou que é pla ser boazinha, num pode bligar...

GALINHA: - É, ele ensina a bondade, a amizade, a partilha. E é isso que tentamos fazer todos os dias.

RAPOSA [rindo]: - E vocês ficam ouvindo esses ensinamentos? Aposto que esses filhotes aí ó, não pensam assim não [aponta as crianças da plateia].

GALINHA: - Aí é que você se engana. Essas crianças estão no caminho certo...

RAPOSA: - Mas são pequenas ainda e eu posso ensinar muita coisa pra elas: como se dar bem às custas dos mais fracos, posso ensinar a conseguir tudo o que quiserem na base da mentira, enganando... Vocês querem, crianças, aprender maldades comigo?

PINTINHO [fala bem alto]: - Não! Não, não, não e não!

RAPOSA [rindo]: - Sai pra lá Pintinho bobinho, primeiro atacarei as aves maiores e você fica pra sobremesa. E nenhuma ave fugirá de mim, cadê aqueles Patos medrosos? [Procura pelo cenário e vê parte do corpo do pato. Mostra para a plateia que já viu]

PINTINHO: - Papai, vamos, vamos chama o Vovô Amoloso. Lapido!

GALO [forte e seguro chama bem alto]: - Quiquiriquiquê.

GALINHA [ajuda]: - Cocococococóricó.

PINTINHO [fica tentando imitar o pai até o vovô entrar em cena]: - Qui, qui...

VOVÔ [Entra em cena com uma vassoura nas mãos para espantar o bicho]: - Ara, ara, ara se não é a Raposa tentando acabar com a paz que reina aqui nesse galinheiro. Já não lhe disse para deixar de fazer maldades?

RAPOSA: - E eu já não lhe disse que não quero seguir seus ensinamentos de que temos que ser bons, ajudar e bla, bla, bla?

TODOS: - Não é bla,bla, blá não. É união!

RAPOSA: - Chega, eu quero brigar! [Avança no vovô].

[O vovô vai pra cima da raposa e as aves ajudam, menos o pato que continua escondido]

TODOS: - Sai daqui, sua malvada...

[As aves e o vovô vão espantando a raposa, que vai se deslocando para o lado esquerdo deixando o centro do palco vazio. O pato observa a cena e quando vê que a raposa já saiu de cena, sai do esconderijo e finge lutar].

PATO: - Isso, saia daqui sua raposa malvada.

PINTINHO: - Viva! A laposa fugiu de medo!

PATO: - É... Ela não aguentou esse Pato aqui, corajoso, forte, lutador...

PINTINHO: - Padlinho, num foi bem isso não!

PATA: - É Patati, a raposa fugiu de medo da força do Vovô Amoroso, isso sim!

VOVÔ: - Juntos, ficamos mais fortes.

PINTINHO: - Vovô, ela num qué sê boazinha, né?

VOVÔ: - Pois é, meu querido, ela não quer viver em paz, prefere continuar só fazendo as coisas erradas. E olha que eu já tentei conversar com ela várias vezes, ensinar o que é certo.

GALO: - Vovô, você é a nossa segurança!

PATA: - Sim, hoje vi que diante das dificuldades não podemos desanimar, né Patati?

PATO: - É sim, Patatá, na hora do desespero eu não me lembrei de pedir ajuda pro senhor vovô.

PINTINHO: - E quando o Vovô veio nos socoler eu me senti mais folte ainda!

GALO: - É isso aí, precisamos confiar na força que temos.

PATA: - E, principalmente, no amor do Vovô por nós.

VOVÔ: - Eu estarei sempre com cada um de vocês, amando e protegendo.

PINTINHO: - Agola vamos continuá plepalar a festa junina?

TODOS: - Vamos! Tchau! [Saem de cena].

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