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Animalândia

Mt 13,44-46

Autora Cecília Pellegrini

Cenário: Um painel com árvores e bichos e o nome: Parque Animalândia.

Personagens: Horlenda (dona do parque), Um casal e 3 filhos: Francisco (pai), Ana (Mãe), filhos:Mariana, Juliana, Gustavo e crianças (figurantes) com fantasias de bichos.

Os animais já estarão em cena, sendo que um deles estará acorrentado e outros dentro de um cercado. Todos aparentando muita tristeza.

HORLENDA [entra em cena reclamando, com um ventiladorzinho-burrifador na mão.]: - Que calor! Vai uma refrescada aí? [burrifa na plateia] Que fedor de bicho. Mas vocês são fedorentos, heim!? [O leão ruge e a dona dá uma chicotada nele]. Fica na tua, seu leão velho que não serve pra nada. [Os outros animais fazem sons característicos]: - Quietos! Pois não vão comer nada hoje estão entendendo? Já não chega esse parque estar às moscas. Antes, quando vocês eram todos jovens, vigorosos, isso aqui vivia cheio de turistas, até artista vinha aqui. A Xuxa fez o aniversário da Xaxa de 1 ano aqui. Agora é esse marasmo todo dia. Sem dinheiro pra pagar os funcionários, tenho que fazer todo serviço. Isso tudo por causa de vocês, ouviram bem? [sons característicos-chicotada]: - Seus imprestáveis! [Entra uma família-turista: pai, mãe, 2 filhas e 1 filho. A dona esconde o chicote]:  - Bom dia! Sejam bem-vindos ao parque AniMALândia [sempre dará ênfase no “mal”]. Meu nome é Horlenda Serra Machado.

FRANCISCO: - Bom dia. Muito prazer, meu nome é Francisco da Paz e esta é a minha esposa Ana Lúcia Socorro da Paz.

HORLENDA: - Eu sou a proprietária deste parque. Mas que crianças lindas! [Faz careta pra plateia, como quem está sendo falsa].

FRANCISCO: - São os nossos filhos: Mariana, Juliana e Gustavo.

HORLENDA: - Já compraram os ingressos?

TODOS: - Não!

FRANCISCO: - Não compramos os ingressos porque... não tinha ninguém na portaria.

HORLENDA: - Ah! Me esqueci, o funcionário está doente. [Diz, mentindo]

ANA: - Nossa, doente? É coisa séria? [Os filhos largam os pais e vão ver os bichos]

HORLENDA: - Não, nada sério, mas pode passar a bufunfa: são R$ 50,00 por pessoa, vezes 5, são 250,00 reais.

FRANCISCO e ANA: - Nossa, tudo isso?

ANA: - As crianças não pagam meia entrada?

HORLENDA: - Que meia entrada? Veja, aqui estão 5 ingressos inteiros. Meia só essa aqui que estou usando [mostra a meia em seu pé]. [Enquanto as crianças conversam, Horlenda mostra um mapa do parque aos pais]

MARIANA: - Gustavo, Ju... vejam! Coitadinho do leão, está acorrentado.

JULIANA: - Coitadinho!

GUSTAVO: - Vamos contar pro papai e pra mamãe. [Correm até eles]

OS 3 FILHOS: - Papai, mamãe!

ANA: - Crianças, o que aconteceu?

MARIANA: - O leão está acorrentado!

HORLENDA [fala irritada, em off, com a plateia]: - Que pirralhos. 

FILHOS [puxando os pais]: - Venham, vejam.

FRANCISCO:  - Dona Horlenda, mas esses bichos estão muito desnutridos.

[Sons característicos dos animais tristes]

ANA: - É estão muito magrinhos mesmo. Veja só esse filhotinho de onça.

HORLENDA: - A mãe dela morreu a semana passada.

JULIANA: - Coitadinha!

FRANCISCO: - Na minha opinião você precisa dar um fortificante pra esses bichos.

HORLENDA: - Mas só me faltava essa, por acaso você entende de bicho?

TODOS: - Claro que entende!

ANA: - Meu marido é veterinário.

HORLENDA: - Tá, tá, tá e eu com isso. Vocês já pagaram pelos ingressos, não me venham criticar. E agora eu tenho mais o que fazer. Sou eu sozinha pra cuidar dessa joça toda. [sai de cena resmungando]: - Cada figura que aparece.  Eita calor [burrifa água na plateia], eita fedor de bicho!

ANA: - Nossa, eu achei a dona Horlenda um pouco brava.

GUSTAVO: - Ela não devia se chamar Horlenda. Devia se chamar Horrenda.

MARIANA e JULIANA: - É! Horrenda!

FRANCISCO e ANA: - Crianças!

ANA: - Não falem assim! 

MARIANA: Mas mãe, ela não cuida dos animais.

[Sons característicos dos animais tristes]

JULIANA: - Coitadinhos!

FRANCISCO: - As crianças têm razão. Essa dona Horlenda parece que não percebe o tesouro que possui.

ANA: - É mesmo! Esse parque bem cuidado ficaria lindo.

FRANCISCO: - Querida, que tal vendermos tudo o que temos e comprarmos esse parque? O que acham crianças?

GUSTAVO: - Vender a nossa casa? Ah, não sei não. To indeciso.

FRANCISCO: - Teríamos que vender: a nossa casa, os nossos carros, o nosso apartamento e até a bicicletas de vocês.

MARIANA: - Pra salvar esses bichinhos todos das garras daquela dona Horlenda, eu topo. Pode vender a minha bicicleta, a minha coleção de bonecas e até as jóias que a vovó me deu.

ANA: - Assim que se fala filhinha. Gustavo, meu filho, para conseguirmos ter esse paraíso: com árvores, essa nascente de rio, precisamos vender tudo o que temos.

FRANCISCO: - É filho, poderemos melhorar aquela casa na entrada e moraremos nela. Manteremos o parque para o nosso sustento e eu posso transferir o meu consultório veterinário pra cá.

ANA: - Quanta sabedoria, querido. Quanta sabedoria. Filhinho (dirigindo-se ao Gustavo) para conseguirmos este tesouro de lugar é necessário uma decisão total!

TODOS: - Uma decisão total!

GUSTAVO: - Vocês têm razão. Trocaremos tudo por essa natureza maravilhosa.

TODOS [felizes]: - É isso aí! [se abraçam]

MARIANA: - Vou chamar a dona Horrenda agora mesmo.

TODOS: - Horlenda Mariana, Horlenda. Corrigem todos.

[Mariana sai correndo e logo em seguida ela e Horlenda entram].

HORLENDA: - Estão me chamando? Vão reclamar de mais alguma coisa? Não vou devolver o dinheiro das entradas não. Nem pensar.

FRANCISCO: - Nada disso dona Horlenda, pelo contrário. Queremos fazer uma proposta para a senhora nos vender este parque.

HORLENDA: - Hã, como assim???? Bufunfa? Money? Dinheiro?

ANA: - Sim, é o tempo de vender a nossa casa, o nosso apartamento, nossos carros...

MARIANA: - As nossas bicicletas, minha coleção de bonecas e as jóias que a vovó me deu.

GUSTAVO: - Meu patinete e meu computador também.

FRANCISCO e ANA: - Calma crianças. 

ANA:- Também não precisa tanto.

HORLENDA: - Precisa sim. Aceito o negócio. Não precisa vender nada. Quero o negócio na base da troca, com tudo isso aí que vocês falaram e até o patinete do garoto. Não vejo a hora de me livrar desse calor e desse fedor!

[Os animais demonstram alegria através de sons característicos]

FRANCISCO [apertando a mão da dona Horlenda]: - Então, negócio fechado.

TODOS: - Viva! Tchau crianças!

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