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A mentira tem patas curtas

Lc 17,5-10

Autoras: Cecília Pellegrini e Padre Magalhães


Cenário: Lado esquerdo e centro do palco um enorme painel com imagem de uma cidade e muita natureza. No lado direito um pequeno painel da frente da casa da Jaca e sua mãe Jaque.

Personagens: Todos jacarés: Jaca, Mãe Jaque, Jeca, Jica e Juca (vendedor ambulante.]

MÃE [entra em cena, com uma lancheira e um enorme pente na mão e chama]: - Jaca, minha filha, anda logo.

JACA [entra a filha bocejando]: - Ara mãe, eu não quero ir para a escola hoje.

MÃE: - Nada disso, faltar da escola só quando você estiver doente.

JACA [começa a gemer]: - Ai, ai, ai, minha barriga está doendo. Ai, ai, ai...

MÃE: - Mas que coincidência, começou a doer assim, de repente?

JACA: - Veja, veja, to ficando verde de tanta dor.

MÃE: - Mas você já é verde, Jaca.

JACA: - Ai, ai, mas é um verde escuro, de bolinhas vermelhas. Mãe, eu ouvi na TV que tá tendo um surto de jacapora. É jacapora, é jacapora.

MÃE: - Nesse caso é melhor te dar uma vacina tríplice [pega uma seringa.]

JACA: - Num é que sumiu tudo! Até a dor de barriga.

MÃE: - Filha, quantas vezes eu preciso lhe dizer que não se deve mentir.

JACA: - Mentir eu? Tá, tá, foi só um pouquinho.

MÃE: - Lembra da historinha do Jaquinóquio?

JACA [nervosa]: - Lembro, lembro. Meu focinho cresceu mamãe?

MÃE: - Não, mas nós, os jacarés, vivemos em média 50 anos. Se você viver a sua vida falando mentiras, logo, logo, ninguém mais vai acreditar em você.

JACA: - Mãe, mas você é tão exagerada! Ninguém mais vai acreditar em mim? Essa é boa!

MÃE: - Acredite no que estou dizendo Jaca. Precisamos viver de tal modo que as pessoas acreditem em nós. Por isso, não se deve mentir. Deve-se falar sempre a verdade. [começa a pentear a filha] - Agora você vai ficar bem arrumada, lancheira cheia [mostra um peixe] de comida nutritiva e está prontinha para estudar muuuuuito. [beija a filha] - Tchau querida.

JACA: - Tchau mãe! [vai andando bem devagar e olha para a mãe] - Tchau mãe, pode entrar em casa.

MÃE: - Tchau filhinha [sai de cena pelo lado direito.]

JACA: - Mais quem disse que eu vou para a escola? [começa a diminuir o comprimento da saia, passa baton.] Eu vou é me encontrar com uma galera maneira.

JECA e JICA [entram em cena pelo lado esquerdo]: E aí Jaca! [cumprimentos diferentes.]

JACA: - Jeca, Jica, fala sério, vocês demoraram, heim?

JECA: - Conseguiu enrolar a sua mãe?

JACA: - Mas é claro né, mãe acredita em tudo. Ela até encheu a minha lancheira [mostra o peixe.]

JICA: - Uau, um peixão. Podemos vender e comprar tudo em bala, pirulito, chiclete.

JACA: - Mas minha mãe diz que isso não tem vitamina. Que não podemos ficar comendo muito essas coisas e também estraga os dentes.

JECA: - Mas como você é careta meu, sem essa de porcaria. Essas coisas agradam o estômago de qualquer filhote de jacaré.

JICA: - É Jaca, o Jeca tá certo. Eu também acho que a criançada gosta muito de doce assim como eu.

JACA [pergunta para as crianças da plateia]: - Vocês gostam de pirulito, bala, chicletes, guloseimas? Uau, elas gostam mesmo. Então vamos nos esbaldar, quero me entupir de porcarias.

JUCA [Entra em cena um vendedor de doces gritando]: - Olha o pirulito, enrolado no palito. Quem vai querer?

JECA: - E aí seu Juca, quantas balas, pirulitos e chicletes dão pra trocar por esse peixão aqui, ó?

JACA: - A mamãe disse que é um salmão legítimo das águas profundas do oceano Atlântico.

JUCA: - Ah, se a dona Jaque disse eu acredito. Ela sabe que você está fora da escola Jaca?

JACA: - Claro né!

JUCA: - Mas, porque vocês não comem o peixe, ele tem vitaminas e essas coisas que eu vendo só tem açúcar.

JICA: - Ora, ora seu Juca, o senhor quer trocar ou não?

JUCA: - Mas é claro que eu quero. Não sou bobo nem nada [da um saco enorme cheio de guloseimas]. Meu almoço está garantido [pega o peixe e sai gritando]: - Olha o pirulito, enrolado no palito...

JACA: - Hum estou com uma fome. Vamos comer tudinho [os 3 fingem comer fazendo sons característicos. Jaca fala de boca cheia]: - Ta bom demais!

JICA: - Calma, calma, eu também quero.

JACA [de repente começa a ficar com dor de barriga]: - Ai, ai, ai, minha barriga, minha barriga está doendo muuuuuito.

JECA: - Poxa, acabou todo o doce. Ei Jica vamos a casa daquela jacarezinha que conhecemos ontem?

JACA: - Eu estou com enjôo. Tá revirando tudo aqui dentro [sons.]

JICA: - Vamos dar o fora Jeca, antes que a Jaca vomite na gente.

JECA: - Foi bom enquanto durou. Tchauzinho Jaca.

JACA [chorando]: - Ei, seus jacarezinhos da onça... Voltem aqui. Me ajudem... Ai, ai. [vai andando e chamando] - Mãe, Mãezinha...

MÃE [entra correndo pelo lado direito]: - O que foi filhinha? Você está branca!

JACA: - Ai, ai, ai, minha barriga está doendo muito.

MÃE: - Ora, ora, será que o peixe que coloquei na lancheira estragou?

JACA: - Não mãezinha, eu é que estraguei todo o meu dia.

MÃE: - Como assim?

JACA [fala com vergonha, dor e bem rápido]: - Eu menti para a senhora, não fui à escola, troquei o peixe por um montão de porcarias, passei a tarde toda com aqueles dois jacarés, o Jeca e a Jica, que a senhora vive dizendo que eles são mentirosos, falsos, enganadores...

MÃE: - Primeiro tome esse remedinho que vai sarar logo.

JACA: - Obrigada mamãe.

MÃE: - Mas Jaca, que tristeza minha filha. Quanta coisa errada você fez hoje. Se a mamãe fala, ensina é para o seu bem. O Jeca e a Jica pararam de estudar, ficam pelas ruas enganando as pessoas, mentem para todo mundo. Eles não são boas companhias porque não dão exemplos bons com as atitudes deles, entendeu?

JACA: - Você falava, falava e eu achava que você era careta e agora eu sei que você fala porque me ama.

MÃE: - Filha e lembre-se que a mentira tem pernas curtas.

JACA: - Mãe, a minha pata é curta, quer dizer que eu sou uma mentira?

MÃE: - Não filha, mas se você escolher o caminho da enganação você irá afastar as pessoas que realmente te ama e vai conviver com pessoas enganadoras também, entendeu?

JACA: - Entendi mamãe e quero viver como você, o papai e a minha professora me ensinam. De agora em diante só vou confiar nas pessoas que merecem confiança.

MÃE: - Tenha fé, minha filha. Se você agir certo, ficar no caminho do bem só encontrará pessoas boas e verdadeiras.

JACA: - Fé, o que quer dizer fé mãe?

MÃE: - Fé é acreditar!

JACA: - Aprendi a lição: De agora em diante só vou acreditar em quem merece confiança.

MÃE: - Assim é que se fala!

JACA: - Mas agora mãezinha, você me dá um peixinho bem gostoso para eu comer?

MÃE: - Essa minha filha... Vamos! Tchau crianças [saem abraçadas.]

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